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Cris Jardim

Vinícola argentina mira mercado brasileiro, com 45 milhões de consumidores de vinhos

Alberto Arizu, CEO da vinícola Luigi Bosca e quarta geração da família Arizu, fala sobre o presente e o futuro da vinícola no mercado brasileiro

A expectativa global é que o consumo de vinho caia 1% todos os anos até 2026, de acordo com a consultoria IWSR, especializada no mercado de bebidas. No Brasil, a situação é outra e há cerca de 45 milhões de consumidores regulares da bebida, o que fez o consumo médio per capita sair de 1,8 litro para 2,7 litros nos últimos três anos e manter a tendência de alta.O aumento do apreço dos brasileiros pela bebida atrai produtores do mundo todo e a vinícola argentina de luxo Luigi Bosca quer aumentar sua presença no país. Com tradição de 120 anos, a empresa já exporta para 60 países. “O Brasil ocupa um lugar de destaque e há uma ligação de carinho, já que é representado há 30 anos pela família Hermann, da Importadora Decanter, que disponibiliza nossos rótulos”, diz Alberto Arizu(h), CEO e membro da quarta geração da família a comandar a empresa.


A Luigi Bosca exporta mais de 70 mil caixas (com 12 garrafas) anualmente para o país. “Este ano aumentamos a operação e nos tornamos uma das marcas argentinas mais consolidadas no Brasil”, diz o executivo. O produto com maior demanda é o Malbec. “Nos últimos anos, o país conquistou merecida reputação por sua oferta gastronômica internacional de alto nível, com lojas especializadas de grande sortimento e um e-commerce muito ativo, um dos mais dinâmicos do mundo. Há uma boa oportunidade para o nosso negócio”, afirma.

Relação Brasil-Argentina

Segundo Arizu, alguns fatores ajudam a explicar as perspectivas positivas. “Não só a proximidade geográfica entre Brasil e Argentina, mas também a afinidade cultural e os laços sociais e comerciais têm sido relevantes para o aumento dos negócios”, diz.

O turismo também ajuda a unir os povos, já que o público brasileiro é visitante regular das regiões vinícolas da Argentina, especialmente em Mendoza. “Há alguns anos decidimos abrir a casa da nossa família, em castelo construído em 1905, localizado na propriedade Finca El Paraíso, para possibilitar uma experiência verdadeiramente envolvente. O maior número de visitas é de brasileiros”, afirma o CEO.

Selo DOC

A Luigi Bosca é reconhecida globalmente pela reputação de seus rótulos de luxo e qualidade e a família ajudou a construir o mercado argentino de vinhos. Um grupo de produtores, incluindo o pai do executivo, Alberto Arizu, fundou a Denominação de Origem Controlada de Luján de Cuyo, berço dos grandes Malbecs, em 1989, e apresentou a qualidade da uva ao mundo.


Hoje, o Malbec representa quase metade das exportações de vinho do país e está presente em 126 países, sendo o produto argentino mais reconhecido globalmente. “Ajudamos consumidores de todo mundo a conhecer a variedade, através das suas diferentes características. A partir daí tornou-se uma casta reconhecida globalmente por sua diversidade sempre elegante e suave no paladar”, diz o CEO.


Outro destaque da vinícola é a coleção De Sangre, que nasceu de uma antiga história familiar. “Meu avô marcava aqueles vinhos que só bebia com os seus afetos e família. Eram os preferidos e isso inspirou a coleção Plot Selection de diferentes vinhedos de Luján e Valle de Uco”, diz.


Ao longo de mais de um século de existência, a Luigi Bosca foi descobrindo os terroirs mais importantes de Mendoza e foca em rótulos de alta gama. “Nossa tecnologia e estilo de vinificação são muito clássicos. A tecnologia está ao serviço dos tempos naturais de um vinho e nunca mudamos isso, o que faz que os nossos vinhos sejam produto desse cuidado intensivo. Nós honramos o verdadeiro valor da paciência”, afirma o executivo.


A vinícola conta com sete fincas nas melhores localidades de Mendoza: Luján de Cuyo, Maipu e Valle de Uco, cultivadas por métodos orgânicos e biodinâmicos. Atualmente, o foco da Luigi Bosca é extrapolar as fronteiras. “Temos planos de continuar expandindo, principalmente nos mercados internacionais, onde hoje comercializamos cerca de 40% da nossa produção. Há mercados que nos dão sinais muito positivos para podermos afirmar que estamos no caminho certo”, finaliza.


Fonte: InfoMoney e ProWine

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